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Profissionais do combate à covid no HGP continuam trabalhando sem renovação de contratos e pagamento de insalubridade

Hospital Geral de Palmas (Foto: André Araújo/ Governo do Tocantins)

Profissionais de enfermagem que estão trabalhando na linha de frente do tratamento de pacientes com covid-19 no Hospital Geral de Palmas (HGP).estão trabalhando sem renovação de contratos, e ainda sem receber o adicional de insalubridade e pagamento de bonificação extraordinária de enfrentamento da covid-19.

De acordo com as denúncias realizadas por enfermeiros que atuam na saúde pública do Estado, os contratos que se encerraram ainda não foram renovados, nem realizados aditivos para que pudessem continuar trabalhando. “Ainda assim, continuamos atuando normalmente, inclusive com nomes inclusos nas escalas de plantão”, afirmou um enfermeiro que atua HGP.

Segundo ele, apesar de o contrato ter acabado no mês de agosto, até o momento não foi renovado, e no último pagamento, recebeu apenas o referente a 9 dias trabalhados. “Esse mês, o RH do HGP informou que não tem previsão para novos contratos e aditivos. Entramos em contato com a SES [Secretaria de Estado da Saúde] e a informação é de que esperam o governador assinar um ofício interno e uma verba para poder pagar os salários”, disse.

Atuando na ala UTI Covid, o profissional contraiu a doença e precisou ser afastado. No entanto, não recebeu adicional de insalubridade. “Eu peguei covid no plantão, fiquei afastado, voltei. Ficou combinado que pagariam insalubridade, conforme o próprio Governo afirmou, mas não foi paga. Além disso, só foram pagas duas bonificações”, denunciou o profissional.

A bonificação a que ele se refere, é a indenização extraordinária de combate à covid,que deveria ser feita em três pagamentos referentes aos meses de junho, julho e agosto, no valor de R$ 1,2 mil cada.

Outra enfermeira que também atuou na ala UTI Covid explicou que os contratos emergenciais de profissionais da saúde para enfrentamento da covid-19 seriam válidos por três meses, podendo ser prorrogados por mais três. Essa renovação seria automática, mas isso não ocorreu. “Antes da terceirização da ala UTI Covid, os contratos de três meses, teriam renovação automática. Mesmo assim, deveria haver um documento para nós assinarmos, mas não houve. Logo os contratos não foram renovados e mesmo assim estamos trabalhando normalmente”.

Ela disse que, apesar de ser “normal” uma certa demora da administração para pagar servidores contratados, a espera torna-se frustrante. “É desgastante. A gente trabalha para receber. Continuamos a trabalhar, e ainda assim o pagamento não vem”, lamenta.

Afastada porque também contraiu o cornavírus sars-cov 2 no trabalho dentro do HGP, uma outra enfermeira relatou à reportagem que não recebeu nenhum auxílio do Estado ou da gestão do hospital. “Estou aguardando o resultado dos exames. É para eu voltar ao trabalho agora dia 12 se der negativo, mas estou sentindo todos os sintomas da doença. Mesmo assim, não recebi adicional de insalubridade, não me forneceram medicamentos e nem uma ligação para saber como estou”, disse a profissional.

Remanejado para o pronto-socorro após a terceirização da ala da covid no HGP, um outro enfermeiro relatou que seu contrato venceu dia 2 de agosto. No caso dele, também não houve renovação. “Disseram que o contrato seria renovado automaticamente, mas eu recebi apenas R$ 55, como se não houvesse essa renovação. Foram pagas duas bonificações que estavam atrasadas, mas a de agosto não foi. Estou trabalhando, fui removido para outro setor. Não tiveram um pingo de consideração com a gente que foi linha de frente no combate à covid-19”, relatou.

No final do mês passado, o Governo informou que a indenização por insalubridade aos servidores da Saúde afastados de suas atividades após testarem positivo para covid-19 seriam pagas conforme parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Questionamos as secretarias de comunicação, saúde e administração do estado a respeito do problema e aguardamos respostas.

A reportagem procurou também o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sintras). O presidente da entidade, Manoel Miranda, informou que aguarda o pagamento do adicional para o próximo mês, inclusive com retroativos, uma vez que quando o Governo confirmou o pagamento no mês passado, a folha de pagamento já havia fechado. “Já sobre esses contratos não renovados, vamos ter que investigar”, informou Miranda.

Também questionamos o Governo a respeito da renovação dos contratos dos profissionais que continuam trabalhando, mas até o fechamento dessa reportagem as respostas não haviam sido enviadas.

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