Os traders, grupo de pessoas cuja principal atividade é negociar ativos e valores no curto prazo, costumam se dedicar ou ter bastante atenção ao mercado Forex. Ou seja, transações ligadas ao câmbio entre um par de moedas, como o real e o dólar. Desde o final de julho, esse par específico real-dólar tem se mostrado estável, e talvez estável até demais.

Embora oscilações e volatilidade maiores indiquem também um desafio maior, é nessas oportunidades que os traders fazem valer todo o seu conhecimento. Afinal, em vez de apenas palpites no escuro, essa atividade requer conhecimentos matemáticos e a capacidade de fazer análises técnicas dos gráficos que representam o sobe e desce do mercado.

Por conta dessa estabilidade duradoura, que pode ser benéfica em muitos outros mercados, mas não neste, pares mais voláteis estão se tornando a opção desses negociadores. Frente a um gráfico com muito mais inconstante, eles conseguem usar estratégias como a análise de médias móveis ou conceitos mais complicados, como a sequência de Fibonacci. A estratégia de trader Fibonacci, para explicar, usa esse padrão matemático para identificar pontos em que a cotação da moeda tende a enfrentar resistência na subida, ou um suporte na queda.

O que os traders têm buscado?

É claro que não é possível englobar todos os traders numa generalização sobre o que essa profissão tem decidido fazer, mas há muitos que deixaram o par R$-US$ de lado por hora. A exemplo de uma moeda que enfrentou muito mais volatilidade e apresentou oportunidades para os mais arrojados, podemos citar o yuan chinês, o iene japonês e até o peso filipino, embora na direção contrária dos seus vizinhos.

O motivo por trás dessa mudança de paradigma é justamente o fato de que um palpite no mercado de transações cambiais sempre carrega um grau de incerteza. Então, frente a uma decisão, é sempre melhor que se consiga o máximo possível, normalmente no caso de subidas ou quedas mais acentuadas e, claro, menos esperadas pelo mercado como um todo.

Real e dólar seguirão estáveis?

Essa pode ser considerada “a pergunta de milhões”, para usar um dito popular. Os mesmos traders que buscaram negociar em outros pares de moedas nesse mercado de câmbio não deixam de prestar atenção ao par real e dólar num momento tão importante.

Além das movimentações políticas e econômicas mundo afora, o período eleitoral, com debates e as incertezas que são parte integrante do ano de eleições no Brasil, tem grande influência no comportamento do dólar. Ou seja, também impacta outros pares similares, como o real frente ao euro.

Hoje, com cada vez mais pessoas participando desse tipo de atividade e com um mercado já mais “calejado” com as incertezas políticas, fala-se em uma instabilidade já precificada. Isso não somente no mercado de câmbio, mas também na bolsa de valores brasileira, como no exemplo das ações e fundos imobiliários. Estes são cada vez mais populares como opção de investimento para a população geral, inclusive os mais conservadores.

Como os trades analisam os mercados?

A já citada sequência de Fibonacci é um exemplo intermediário em grau de dificuldade. Os iniciantes costumam cometer o erro de seguir dicas e sinais de profissionais, o que não ajuda no conhecimento e nem possui a segurança de uma análise. Basicamente, devido à natureza do mercado Forex, só é possível basear-se nos gráficos e ter atenção aos ruídos que, na verdade, são os motores dos gráficos tão analisados.

Então, uma grande diferença na oferta e demanda de dólares no país por um resultado considerado pessimista nas eleições, por exemplo, pode trazer a volatilidade de volta ao exemplo já citado do par real e dólar. Então, aqueles que também estiverem atentos às notícias terão alguma vantagem no tempo para analisar os próximos movimentos.