Opinião
Os motivos da queda do desemprego no Brasil
José Eduardo Gibello Pastore é advogado e consultor de relações trabalhistas do Sindeprestem
José Eduardo Gibello Pastore é advogado e consultor de relações trabalhistas do Sindeprestem

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 9,1% no trimestre encerrado em julho, da população economicamente ativa, segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o menor índice da série desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando também foi de 9,1%. E um indicativo importante de que a economia do país segue um novo rumo após os obstáculos impostos, principalmente, pela pandemia da Covid-19 e pela Guerra entre Rússia e Ucrânia.

Os motivos são variados, um deles é o reaquecimento da economia pós-pandemia. Na verdade, nem os analistas mais otimistas esperavam que a economia se aquecesse desta forma e se mantivesse assim durante tanto tempo.

Esse reaquecimento influenciou nos dados que indicam que o desemprego vem caindo, com recorde de pessoas empregadas. Neste contexto, diminuiu o número de desalentados, pessoas que desistiram de procurar emprego porque não têm esperanças de que irão o encontrar, o que ajudou a turbinar os novos postos de trabalho.

Só nos setores de comércio e serviços foram gerados 1 milhão e 300 mil postos de trabalho. Os últimos meses mostraram uma tendência no crescimento dos postos de trabalho, o que foi extremamente positivo.

Além desta boa notícia, outros fatores devem contribuir para a manutenção ou até expansão das oportunidades de trabalho. Temos a Copa do Mundo, o final de ano, eleições que juntos estimulam muito setores como: comércio, serviços, bares, restaurantes, lojas em geral, entre outros.

Outro fator relevante, na esteira das notícias boas, é que além do crescimento do número de novas vagas de trabalho, a massa salarial também aumentou. Ou seja, o valor do salário médio que até então vinha caindo, cresceu. Massa salarial, neste contexto, assume relevante importância porque reflete o poder de compra do trabalhador, que, ao final, aquece a economia, que gira criando mais empregos. Este é o círculo virtuoso que espera que se mantenha.

Além destes fatores, é relevante destacar os auxílios recentes concedidos pelo Governo Federal, tais como Auxílio Brasil, Auxílio Gás e Auxílio Caminhoneiro, que também ajudam a aumentar o poder de compra da população. Com a injeção de R$ 12,5 bilhões mensais oriundos destes auxílios, a economia deve se manter aquecida, ainda que tenhamos, em sentido contrário,  inflação. Alguns especialistas estimam que o desemprego chegue em 8.5% até o final deste ano.  Torcemos para que isto aconteça.

Ainda que o cenário do desemprego esteja melhorando, o Brasil permanece com alguns problemas preocupantes. Um deles se refere aos investimentos, para o País crescer e os empregos também, há que se fazer grandes investimentos, principalmente em infraestrutura, na indústria de transformação, na indústria de base e no setor de tecnologia.

As grandes obras de infraestrutura geram muitos empregos diretos e indiretos. Por exemplo, quando se constrói uma usina hidroelétrica são gerados milhares de empregos, de diferentes tipos de qualificação.  Este tipo de atividade estimula os empregos nas duas pontas, o que é extremamente positivo.

É por esta razão que o Governo Federal está se empenhando na liberação das concessões para ativação de grandes obras, que irão acontecer, provavelmente, no ano que vem. Como se pode notar, as notícias para o emprego são positivas e prometem se manter nos próximos meses.

Após um período dificílimo, tanto para empregados quanto empregadores, os dados indicam que o cenário para o emprego está melhorando, e se manterá assim.

*José Eduardo Gibello Pastore é advogado e consultor de relações trabalhistas do Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros e de Trabalho Temporário do Estado de São Paulo (Sindeprestem).

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