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Etnia krahô faz opção por aulas fora de sala durante reunião intermediada pelo MPF/TO

Durante reunião intermediada pelo Ministério Público Federal no Tocantins na aldeia Pedra Branca, da etnia Krahô, no município de Goiatins, lideranças indígenas expuseram a técnicos da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) a intenção de adotar um modelo de aula a ser ministrada à comunidade que aborde algumas disciplinas em ambientes fora de sala. Florestas e roçados servirão de cenário para que os professores ministrem aulas de biologia, história e geografia, a exemplo de experiência verificada em escola indígena no município de São Gabriel da Cachoeira (AM) por professores da escola da aldeia durante intercâmbio de professores indígenas.

Segundo Edson Krahô, liderança da aldeia, este modelo possibilitará resgatar elementos da cultura tradicional dos krahô, que são tão importantes quanto o conteúdo previsto pela Seduc. “Não vamos deixar de estudar português e matemática, mas é necessário que os professores respeitem a forma de pensar do índio e os fazeres tradicionais”, disse. Atividades coletivas como pesca, caça e trabalho na roça são considerados importantes elementos da cultura krahô, assim como a língua e o artesanato. Experiências com agrofloresta na escola foram citadas pelos índios, enquanto pediam auxílio para implementar uma alternativa real de educação diferenciada. Os índios manifestaram sua preocupação com a possível perda de sua identidade cultural pelas novas gerações.

Também foi solicitada a troca da coordenadora da escola, mas o professor indicado para assumir a vaga é impedido por falta de formação pedagógica específica. A solução encontrada foi permitir ao professor, com formação em antropologia e vivendo há três anos na aldeia, que dedique 20 horas de sua carga horária à sala de aula e as outras 20 ao apoio à nova coordenadora, que deixa a sala para se dedicar ao cargo.

Intercâmbio

O intercâmbio de educação indígena realizado no Amazonas do qual participaram três professores indígenas da aldeia foi tema de debate na reunião. Luzia Freire, diretora regional de educação Indígena, afirmou que a Seduc não é contra este tipo de atividade, mas que os 200 dias letivos anuais devem ser cumpridos. Desta forma, as 12 horas de aula que não foram ministradas devem ser repostas pelos professores. Quanto às aulas em campo, podem e devem ser ministradas de acordo com direcionamento da comunidade.

Professores do Instituto Federal de Educação do Tocantins (IFTO) se colocaram à disposição para fazer um reconhecimento das formas de viver e estudar da comunidade krahô, para definirem qual entre os diversos cursos de formação oferecidos pela instituição podem contribuir para a iniciativa, considerada positiva. Já existem contatos entre a Funai e o IFTO para definir capacitações que visem conciliar a sustentabilidade da aldeia, o resgate cultural e a preservação do meio ambiente natural. (Ascom MPF)

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